domingo, 24 de julho de 2011

2 O irmão

"A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa, não trata com leviandade, não se ensoberbece." 
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Paulo. (I CORÍNTIOS, 13:4.)


Quem dá para mostrar-se é vaidoso.

Quem dá para torcer o pensamento dos outros, dobrando-o aos pontos de vista que lhe são peculiares, é tirano.

Quem dá para livrar-se do sofredor é displicente.

Quem dá para exibir títulos efêmeros é tolo.

Quem dá para receber com vantagens é ambicioso.

Quem dá para humilhar é companheiro das obras malignas.

Quem dá para sondar a extensão do mal é desconfiado.

Quem dá para afrontar a posição dos outros é soberbo.

Quem dá para situar o nome na galeria dos benfeitores e dos santos é invejoso.

Quem dá para prender o próximo e explorá-lo é delinquente potencial.

Em todas essas situações, na maioria dos casos, quem dá se revela um tanto melhor que todo aquele que não dá, de mente cristalizada na indiferença ou na secura; todavia, para aquele que dá, irradiando o amor silencioso, sem propósitos de recompensa e sem mescla de personalismo inferior, reserva o Plano Maior o título de Irmão.

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Emmanuel / Chico Xavier
Página do livro "Vinha de luz"

quarta-feira, 20 de julho de 2011

0 Retrato da amizade (Homenagem ao dia do amigo)

O Dia do Amigo, celebrado a 20 de julho, foi primeiramente adotado em Buenos Aires, na Argentina, sendo que foi gradualmente adotado em outras partes do mundo.

A data foi criada pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro. Com a chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969, ele enviou cerca de quatro mil cartas para diversos países e idiomas com o intuito de instituir o Dia do Amigo. Febbraro considerava a chegada do homem a lua "um feito que demonstra que se o homem se unir com seus semelhantes, não há objetivos impossíveis"


*   *   *

Agradeço alma fraterna e boa, o amor que no teu gesto se condensa, deixando ao longe a festa, o ruído, e o repouso para dar-me a presença.

Sofres sem reclamar, enquanto exponho minhas idéias diminutas, e anoto como é grande o teu carinho, no sereno sorriso em que me escutas.

Não sei dizer-te a gratidão que guardo pelas doces palavras que me dizes, amenizando as lutas que carrego em meus impulsos infelizes.

Auxilia-me a ver, sem barulho ou reproche, dos trilhos para o bem o mais certo e o mais curto, sem cobrar pagamentos ou louvores pelo valor do tempo que te furto.

Aceitas-me no todo como sou, nunca me perguntaste de onde vim, nem me solicitaste qualquer conta da enorme imperfeição que trago em mim!

Agradeço-te, ainda, o socorro espontâneo que me estendes a vida, estrada afora, para que as minhas mãos se façam mensageiras de consolo a quem chora!

Louvado seja DEUS, alma querida e bela, pelo conforto de teu braço irmão, por tudo o que tem sido em meu caminho, por tudo que me dás ao coração!

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Maria Dolores / Chico Xavier
Psicografia do livro "Antologia da espiritualidade".

0 Sabedoria de Chico - Parte 3

"A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos. A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro. A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos... 

TUDO BEM!

O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum... é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos. Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos".


Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 18 de julho de 2011

0 Homenagem ao dia dos Avôs e Avós

Comemora-se o Dia dos Avôs e Avós em 26 de julho. E esse dia foi escolhido para a comemoração porque é o dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo.


O espiritismo não celebra datas nem venera santos, porém cabe esta singela homenagem aos nossos queridos  parentes, que muito contribuem para nossa formação.

*   *   *


Uma avó, dizem, é uma mãe com açúcar.  Um avô é um pai com doce de leite. Quase sempre os filhos se perguntam por que é que os seus pais, na qualidade de avós, deixam seus netos fazerem coisas que não permitiram a eles, filhos. Por que é que a avó deixa o netinho pular no seu cangote, dormir na cama entre ela e o avô, se não permitiu isso aos seus próprios filhos? Por que é que os netos, enfim, gostam, tanto da casa dos avós?

Um garoto de seus nove para dez anos, escreveu certa vez, mais ou menos assim: 

Uma avó é uma mulher velhinha que não tem filhos. Ela gosta dos filhos dos outros. Um avô é um homem-avó. Ele leva os meninos para passear e conversa com eles sobre pescaria e outros assuntos parecidos. As avós "não fazem nada" e por isso podem ficar mais tempo com a gente

Como elas são velhinhas, não conseguem rolar pelo chão ou correr. Mas não faz mal. Elas nos levam ao shopping e nos deixam olhar as vitrinas até cansar. Na casa delas têm sempre um vidro com balas e uma lata cheia de suspiros. Elas contam histórias de nosso pai ou nossa mãe quando eram pequenos, histórias da Bíblia, histórias de uns livros bem velhos com umas figuras lindas. Passeiam conosco mostrando as flores, ensinando seus nomes, fazendo-nos sentir o perfume.

Avós nunca dizem "Depressa", "Já pra cama", "Se não fizer logo, vai ficar de castigo." Normalmente, as avós são gordinhas, mas, mesmo assim elas nos ajudam a amarrar os sapatos. Quase todas usam óculos e eu já vi uma tirando os dentes e as gengivas. Quando a gente faz uma pergunta, a avó não diz: "Menino, não vê que estou ocupada!" Ela para, pensa e responde de um jeito que a gente entende. As avós sabem um bocado de coisas.

As avós não falam com a gente como se nós fôssemos umas criancinhas idiotas, nem apertam nosso queixo dizendo "Que gracinha!", como fazem algumas visitas. Quando elas leem para nós, não pulam pedaços das histórias, nem se importam de ler a mesma história várias vezes. O colo das avós é quente e fofinho, bom de a gente sentar quando está triste. Todo mundo devia tentar ter uma avó, porque são os únicos adultos que têm tempo para nós.

Bom, esta pode ser simplesmente a visão de um menino, mas convenhamos que contém muitas verdades.
Os netos gostam dos avós porque eles são doces. Como a educação deles está sob a responsabilidade dos pais, eles não têm que se preocupar com este detalhe. Por isso, não se perguntam se está certo ou errado fazer um carinho ou um chamego a mais. Eles simplesmente fazem.

Também porque, ao longo dos anos, amadureceram os sentimentos, amam de uma forma mais serena, com doçura. Por isso fazem aos netos muitas coisas que não fizeram aos seus filhos. Mesmo porque, quando se tornaram pais, eram jovens, inexperientes, estavam preocupados em sustentar a família, em educar bem os filhos, em tantas coisas que não lhes sobrava tempo para o que hoje fazem com seus netinhos.

Por tudo isso não tenha ciúmes dos avós. Permita que os seus filhos convivam com os velhinhos, que os amem e sejam amados. Naturalmente, ninguém pretende nem imagina que os avós serão descuidados ao ponto de estragar com mimos exagerados os filhos dos seus filhos. Contudo, carinho, doçura e atenção de vovô e vovó é algo que todos devemos experimentar. É uma experiência que os seus filhos levarão para as suas vidas e lhes fará bem, nos momentos da adversidade e de solidão.

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Filhos são Espíritos que aportam ao reduto doméstico a fim de que, na qualidade de pais, sejamos-lhes os condutores para o progresso.

Nessa caminhada, não desprezemos as experiências de nossos próprios pais que nos conduziram a vida, até os dias presentes, ensejando-nos ser homens e mulheres dignos.

Bebamos da sua sabedoria e os tornemos nossos aliados, nesse extraordinário e maravilhoso processo que se chama educação. Processo que mais primoroso será quanto mais amor houver para ser dividido e multiplicado.

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Equipe de redação do "Momento Espírita"

0 20 serviços que o espiritismo faz por você


1. Integra você no conhecimento de sua posição de criatura eterna e responsável, diante da vida.

2. Expõe o sentido real das lições do Cristo e de todos os outros mentores espirituais da Humanidade, nas diversas regiões do Planeta.

3. Suprime-lhe as preocupações originárias do medo da morte, provando que ela não existe.

4. Revela-lhe o princípio da reencarnação, determinado o porquê da dor e das aparentes desigualdades sociais.

5. Confere-lhe forças para suportar as maiores vicissitudes do corpo, mostrando a você que o instrumento físico nos reflete as condições ou necessidades do espírito.

6. Tranqüiliza você com respeito aos desajustes da parentela, esclarecendo que o lar recebe não somente os afetos, mas também os desafetos de existências passadas, para a necessária regeneração.

7. Demonstra-lhe que o seu principal templo para o culto da presença Divina é a consciência.

8. Liberta-lhe a mente de todos os tabus em matéria de crença religiosa.

9. Elimina a maior parte das suas preocupações acerca do futuro além da morte.

10. Dá-lhe o conforto do intercâmbio com os entes queridos, depois de desencarnados.

11. Entrega-lhe o conhecimento da mediunidade.

12. Traça-lhe providências para o combate ou para a cura da obsessão.

13. Concede-lhe o direito à fé raciocinada.

14. Destaca-lhe o imperativo da caridade por dever.

15. Auxilia você a revisar e revalorizar os seus conceitos de trabalho e tempo.

16. Concede-lhe a certeza natural de que, se beneficiamos ou prejudicamos alguém, estamos beneficiando ou prejudicando a nós próprios.

17. Garante-lhe serenidade e paz diante da calúnia ou da crítica.

18. Ensina você a considerar adversários por instrutores.

19. Explica-lhe que, por maiores sejam as suas dificuldades exteriores, intimamente você é livre para melhorar ou agravar a própria situação.

20. Patenteia-lhe que a fé ilumina o caminho, mas ninguém fugirá da lei que manda atribuir a cada qual segundo as obras pessoais.

Essas são vinte das muitas bênçãos que o Espiritismo realiza em nosso favor. Será curioso que cada um de nós pergunte a si mesmo o que estamos nós a fazer por ele.

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André Luiz / Waldo Vieira.
Psicografia publicada em 22/10/1965,
Comunhão Espírita Cristã / Uberaba-MG.

domingo, 17 de julho de 2011

0 O passe bom


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Já conhece o Espitirinhas?

0 Corações distantes

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:

- “Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?”
- “Gritamos porque perdemos a calma”  disse um deles.
“Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?” Questionou novamente o pensador.
- “Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça”, retrucou outro discípulo.

E o mestre volta a perguntar: “Então não é possível falar-lhe em voz baixa?”

Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.

Então ele esclareceu:

- “Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido? O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muitoPara cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância..."

- "Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas? Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurramE quando o amor é mais intenso, não  necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se entendemÉ isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.”

Por fim, o pensador conclui, dizendo:

- "Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".  

Pense nisso!  

Quando você for discutir com alguém, lembre-se que o coração não deve tomar parte nisso. Se a pessoa com quem discutimos não concorda com nossas idéias, não é motivo para gostar menos dela ou nos distanciar, ainda que por instantes. 

Quando pretendemos encontrar soluções para as desavenças, falemos num tom de voz que nos permita uma aproximação cada vez maior, como a dizer para a outra pessoa: “Eu não concordo com suas idéias ou opiniões, mas isso não me faz gostar menos de você.” 

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Equipe de Redação do Momento Espírita
Inspirado pelo pensador indiano Meher Baba.

0 Palesta: A mulher na dimensão espírita - Maralba Almada

Será realizada pelestra intitulada "A mulher na dimensão espírita", ministrada por Maralba Almada, psicologa e presidente do Centro Espírita Luz Eterna, nas dependências da Comunhão Espírita Cristã de Curitiba (CECC), dia 03/08/2011 (Quarta-feira), com início as 20h. A entrada é franca!

O endereço da CECC é: Rua Maj. Fabriciano do Rego Barros, 1152 -Vila Hauer, Curitiba PR.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

0 A mentira


1 - Como situar a mentira?
Um dos piores flagelos da Humanidade, presente em todas as culturas, O profeta Isaías afirma taxativamente que “todo homem é mentiroso”. Refere-se, obviamente, ao gênero humano. As mulheres adoram fofocas e boatos, que raramente guardam fidelidade plena à realidade dos fatos.

2 - É tão grave assim?
- Observe que todo mal que se produz na Terra está sempre vinculado à mentira. Mente o marido que trai a esposa, o político que faz promessas vãs, o estelionatário que ilude incautos, o corrupto que aceita propinas, o comerciante que explora o freguês, o publicitário que vende uma imagem falsa. A lista iria longe. Todos mentem para alcançar seus objetivos.

3 - Essa postura não é um tanto radical? 
- Há pequenas mentiras que não prejudicam ninguém e facilitam nossa vida. Haverá maneira mais fácil de nos livrarmos de alguém que vem nos importunar do que mandar alguém dizer que não estamos em casa? É uma questão de principio. Quem se habitua às pequenas mentiras não terá constrangimento com relação às maiores. fugindo às suas responsabilidades.

4 - Você não admite que a mentira está tão entranhada na vida social que seria impossível eliminá-la?
- Da vida social, sim. De nossa vida, não. Depende de nos conscientizarmos a respeito.

5 - Se eu só falar a verdade, num mundo onde impera a mentira, não estarei em desvantagem?
- Imaginemos que os primitivos discípulos de Jesus tivessem a mesma idéia. Uma simples mentirinha — "Não sou cristão! Prenderam-me por engano" — e estariam livres do Circo Romano, das feras famintas, da fogueira... Foi a fidelidade à verdade, sustentada pelos mártires indômitos, que permitiu ao Cristianismo sobrepor-se as perseguições cruéis, consolidando-se como marco de luzes na Terra.

6 - Havia uma orientação específica para eles?
- A mentira é condenada em todos os textos religiosos, desde as mais remotas culturas. Jesus recomendava que cultivemos o “sim, sim, não, não”. Significa que nossas afirmativas devem ser sempre verdadeiras. O fato de alguém colocar em dúvida o que dizemos significa que nem sempre dizemos a verdade. No oitavo mandamento da Lei, recebido por Moisés no Monte Sinai, está enfatizado: “Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo".

7 - Não é lícito mentir em nenhuma circunstância?
- Só quando usamos a mentira piedosa, que visa beneficiar alguém, sem nenhum interesse pessoal. Quando, por exemplo, mentimos a alguém muito frágil quanto ao seu estado de saúde, omitindo que está com câncer. No livro “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, há uma situação também ilustrativa: Um homem injustamente perseguido por um comissário de polícia refugia-se num convento. Ali vivia uma freira que tinha a fama de jamais mentir. O comissário sabia disso. Solicitou sua presença e lhe perguntou se seu perseguido estava ali. Ela respondeu negativamente. Mentiu, pela primeira vez em sua vida, para salvar um inocente.

8 - Pinocchio, o célebre boneco animado feito gente, tinha por castigo o crescimento de seu nariz quando mentia. Algo semelhante ocorre, espiritualmente, quando mentimos?
Evidente que nosso nariz perispiritual não se altera. Mas desajusta-se o nosso psiquismo, situando-nos, diante dos benfeitores espirituais, como Espíritos imaturos. Para os malfeitores do além aparecemos como presas fáceis, explorando o baixo padrão vibratório de quem não assume compromisso com a verdade.

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Richard Simonetti.
Capítulo do livro "Não pise na bola".

terça-feira, 12 de julho de 2011

0 Anjos guardiões

É uma doutrina que deveria converter os mais incrédulos pelo seu encanto e pela sua doçura: a dos anjos guardiães. Pensar que se tem, junto de si, seres que vos são superiores, que estão sempre aí para vos aconselhar, vos sustentar, para vos ajudar a escalar a áspera montanha do bem, que são amigos mais seguros e mais devotados que as mais íntimas ligações que se possa contrair nesta Terra, não é uma idéia bem consoladora? Esses seres estão aí por ordem de Deus; foi ele quem os colocou junto de nós, e estão aí pelo amor dele, e cumprem, junto de nós, uma bela mas penosa missão. Sim, em qualquer parte que estejais, ele estará convosco: os calabouços, os hospitais, os lugares de deboche, a solidão, nada vos separa desse amigo que não podeis ver, mas do qual vossa alma sente os mais doces impulsos e ouve os sábios conselhos.

Por que não conheceis melhor essa verdade! Quantas vezes ele vos ajudou nos momentos de crise, quantas vezes vos salvou das mãos de maus Espíritos! Mas, no grande dia, esse anjo do bem terá, freqüentemente, a vos dizer: "Não te disse isso? E tu não o fizeste. Não te mostrei o abismo, e tu nele te precipitaste; não te fiz ouvir na consciência a voz da verdade, e não seguiste os conselhos da mentira?" Ah! questionai vossos anjos guardiães; estabelecei, entre ele e vós, essa ternura íntima que reina entre os melhores amigos. Não penseis em não lhes ocultar nada, porque são o olho de Deus, e não podeis enganá-los. Sonhai com o futuro, procurai avançar nesse caminho, vossas provas nele serão mais curtas, vossas existências mais felizes. Ide! homens de coragem; lançai longe de vós, uma vez por todas, preconceitos e dissimulações; entrai no novo caminho que se abre diante de vós; caminhai, caminhai, tendes guias, segui-os: o objetivo não pode vos faltar, porque esse objetivo é o próprio Deus.

Àqueles que pensam que é impossível a Espíritos verdadeiramente elevados se sujeitarem a uma tarefa tão laboriosa e de todos os instantes, diremos que influenciamos vossas almas estando a vários milhões de léguas de vós: para nós o espaço não é nada, e mesmo vivendo em um outro mundo, nossos espíritos conservam sua ligação com o vosso. Gozamos de qualidades que não podeis compreender, mas estejais seguros que Deus não nos impôs uma tarefa acima de nossas forças, e que não vos abandonou sozinhos na Terra, sem amigos e sem sustentação. Cada anjo guardião tem o seu protegido, sobre o qual ele vela, como um pai vela sobre seu filho; ele é feliz quando o vê seguir o bom caminho, e geme quando seus conselhos são desprezados.

Não temais nos cansar com vossas perguntas; ficai, ao contrário, em relação conosco: sereis mais fortes e mais felizes. São essas comunicações, de cada homem com seu Espírito familiar, que fazem todos os homens médiuns, médium ignorados hoje mas que se manifestarão mais tarde, e que se espalharão como um oceano sem limites para refluir a incredulidade e a ignorância. Homens instruídos, instruí; homens de talento, elevai vossos irmãos. Não sabeis que obra cumpris assim: é a do Cristo, aquela que Deus vos impôs. Por que Deus vos deu a inteligência e a ciência, se não para partilhá-las com vossos irmãos, certamente para avançá-los no caminho da alegria e da felicidade eterna.

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São Luís, Santo Agostinho.
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Nota 
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A doutrina dos anjos guardiães, velando sobre seus protegidos, apesar da distância que separa os mundos, nada tem que deva surpreender; ela é, ao contrário, grande e sublime. Não vedes sobre a Terra, um pai velar sobre seu filho, embora dele esteja distante, ajudar com seus conselhos por correspondência? Que haveria, pois, de espantoso que os Espíritos possam guiar aqueles que tomam sobre sua proteção, de um mundo ao outro, uma vez que, para eles, a distância que separa os mundos é menor que aquela que, na Terra, separa os continentes?

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Texto publicado por Allan Kardec
Revista Espírita, janeiro de 1859.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

0 A vingança


A vingança é um dos últimos resíduos dos costumes bárbaros, que tendem a desaparecer dentre os homens. Ela é, como o duelo, um dos derradeiros vestígios daqueles costumes selvagens em que se debatia a humanidade, no começo da era cristã. Por isso, a vingança é um índice seguro do atraso dos homens que a ela se entregam, e dos Espíritos que ainda podem inspirá-la. Portanto, meus amigos, esse sentimento jamais deve fazer vibrar o coração de quem quer que se diga e se afirme espírita. Vingar-se é ainda, vós o sabeis, de tal maneira contrário a este preceito do Cristo: “Perdoai aos vossos inimigos”, que aquele que se recusa a perdoar, não somente não é espírita, como também não é cristão.

A vingança é um sentimento tanto mais funesto, quanto à falsidade e a vileza são suas companheiras assíduas. Com efeito, aquele que se entrega a essa paixão cega e fatal quase nunca se vinga às claras. Quando é o mais forte, precipita-se como uma fera sobre o que considera seu inimigo, pois basta vê-lo para que se inflamem a sua paixão, a sua cólera e o seu ódio. No mais das vezes, porém, assume uma atitude hipócrita, dissimulando no mais profundo do seu coração os maus sentimentos que o animam. Toma, então, caminhos escusos, seguindo o inimigo na sombra, sem que este desconfie, e aguarda o momento propício para feri-lo sem perigo. Ocultando-se, vigia-o sem cessar, prepara-lhe cilada odiosa, e quando surge à ocasião, derrama-lhe o veneno na taça.

Se o seu ódio não chega a esses extremos, ataca-o na sua honra e nas suas afeições. Não recua diante da calúnia, e suas pérfidas insinuações, habilmente espalhadas em todas as direções, vão crescendo pelo caminho. Dessa maneira, quando o perseguido aparece nos meios atingidos pelo seu sopro envenenado, admira-se de encontrar semblantes frios onde outrora havia rostos amigos e bondosos; fica estupefato, quando as mãos que procuravam a sua agora se recusam a apertá-la; enfim, sente-se aniquilado, quando os amigos mais caros e os parentes o evitam e se esquivam dele. Ah!, o covarde que se vinga dessa forma é cem vezes mais criminoso que aquele que vai direto ao inimigo e o insulta face a face!

Para trás, portanto, com esses costumes selvagens! Para trás com esses hábitos de outros tempos! Todo espírita que pretendesse ter, ainda hoje, o direito de vingar-se, seria indigno de figurar por mais tempo na falange que tomou por divisa o lema: Fora da caridade não há salvação. Mas não, não me deterei em semelhante idéia, de que um membro da grande família espírita possa jamais ceder ao impulso da vingança, mas, pelo contrário, ao do perdão.

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Jules Oliver.
París, 1862
O Livro dos Espíritos
Cap. 12 - Amai os vossos inimigos

0 Livros Recomendados - O problema do ser, do destino e da dor (Léon Denis)

O problema do ser, do destino e da dor, do pensador francês Léon Denis, vem responder às célebres questões quem sou, de onde vim, para onde vou, às quais a Humanidade sempre buscou respostas. A primeira parte, intitulada 'O problema do ser', mostra o que a Doutrina Espírita tem a dizer sobre a morte, a evolução e finalidade da alma, as missões, e a vida superior. Na segunda parte, 'O problema do destino', o autor defende a idéia espírita de que a doutrina das vidas sucessivas faz parte das Leis de Deus e argumenta analisando casos de hereditariedade e crianças-prodígio. Em sua terceira parte, 'As potências da alma', Léon Denis trata da questão da vontade e das realizações psíquicas, a consciência, o livre-arbítrio e o pensamento.



Este livro está disponível à venda na LIVRARIA do CELE e para empréstimo na BIBLIOTECA do CELE.

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O primeiro problema que ocorre ao pensamento é o do próprio pensamento, ou, antes, o do ser pensante. Isto é, para todos nós, um assunto capital, que domina todos os outros, e cuja solução nos reconduz às próprias origens da vida e do universo.
Qual é a natureza de nossa personalidade? Ela comporta um elemento capaz de sobreviver à morte? A essa questão estão ligadas todas as crenças, todas as esperanças da humanidade. O problema do ser e o problema da alma fundem-se num só; é a alma que fornece ao homem seu princípio de vida e de movimento. A alma humana é uma vontade livre e soberana; é a unidade consciente que domina todos os atributos, todas as funções, todos os elementos materiais do ser, assim como a alma divina domina, coordena e liga todas as partes do universo para harmonizá-las.

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Léon Denis
Trecho do livro "O problema do ser, do destino e da dor".


0 "O Filme dos Espíritos" estréia em Outubro/2011

O Filme dos Espíritos, livremente baseado em O Livro dos Espíritos, escrito por Allan Kardec, em 1857, está saindo do papel dia 07/10/2011 pela PARIS Filmes. Assinam a direção o jornalista e cineasta André Marouço, e o cineasta Michel Dubret.

A produção de longa-metragem surgiu a partir do Projeto Mundo Maior de Cinema que, em 2009, recebeu cerca de 100 roteiros de jovens diretores e roteiristas, de diferentes regiões do país; desse grupo, oito foram selecionados e contaram com suporte técnico e profissional da produtora. O resultado foi a realização de oito curtas-metragens com tema espiritualista e transcedental. Eles foram exibidos em novembro de 2009 e ainda premiados em diversas categorias. A etapa final dessa iniciativa foi a filmagem de O Filme dos Espíritos.

Rodado grande parte em São Paulo, o longa conta com filmagens em Cajazeiras/PB, e nas cidades paulistas de Atibaia, Araçoiaba da Serra e Ubatuba. No elenco, Reinaldo Rodrigues, do grupo Tapa de Teatro e do Clube da Voz, é o protagonista. Ao seu lado, estão Nelson Xavier, Etty Fraser, Ênio Gonçalves, Ana Rosa, Sandra Corveloni, Felipe Falanga e grande elenco. O filme conta ainda com participação especial de Luciana Gimenez.

Em linhas gerais, o filme contará a história de um homem, Bruno Alves, que, por volta dos 40 anos, perde a mulher e se vê completamente abalado. A perda do emprego se soma à sua profunda tristeza e o suicídio lhe parece a única saída. Nesse momento, ele entra em contato com O Livro dos Espíritos, obra basilar da doutrina espírita. Há também uma dedicatória no exemplar: “Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito.” A partir daí, o protagonista da história começa uma jornada de transformação interior rumo aos mistérios da vida espiritual.

+ Confira o trailer oficial do filme:

0 Sabedoria de Chico - Parte 2


"Se pudéssemos colocar uma legenda na frente de cada conjunto residencial, de cada cidade, de cada aldeia, de cada metrópole, de cada grande capital do progresso humano, se nós pudéssemos e tivéssemos bastante autoridade para isso, escolheríamos aquela frase de Nosso Senhor Jesus Cristo, quando ele disse: Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei."

Francisco Cândido Xavier

0 Pensamentos

.:: Deus é nosso Pai.

.:: Somos irmãos uns dos outros.

.:: Jesus é o Divino Mestre que Deus nos enviou.

.:: A oração é o meio imediato de nossa comunhão com o Pai Celestial.

.:: Nossos melhores pensamentos procedem da inspiração do Alto.

.:: A presença de Deus pode ser facilmente observada na bondade permanente e na inteligência silenciosa da Natureza que nos cerca.

.:: Devemos amar-nos uns aos outros.

.:: A voz divina pode ser reconhecida nos bons conselhos.

.:: Sempre que ajudarmos, seremos ajudados.

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Memei / Chico Xavier
Psicografia publicada no livro "Pai Nosso"

terça-feira, 5 de julho de 2011

0 Identificação de fluidos


“A mente é mais forte do que um vento e como ninguém pode parar o vento, apenas observá-lo, senti-lo e deixá-lo fluir, assim também devemos proceder com a nossa mente durante a meditação.” (Bhagavad Gita)






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MEDITAÇÃO
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Já vimos que para meditar podemos observar a mente, observar os pensamentos, sem nos preocuparmos com eles, sem estabelecermos uma briga interior com eles. Vimos também que é preciso relaxar o corpo podendo para isso prestar atenção na respiração, tornando-a regular e relaxada, e a partir daí aquietar a mente, ou pelo menos diminuir o fluxo dos pensamentos.

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CONCENTRAÇÃO
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Já vimos também que a nossa mente inquieta muitas vezes não nos deixa focar naquilo que é o objetivo do momento. Sabemos também que para conseguir este intento a disciplina mental, exercitada constantemente é o caminho. Temos como auxiliar importante neste processo de educação da mente a nossa capacidade de imaginar. As técnicas de Imaginação Ativa são recursos valiosos que nos permitem manter o pensamento focado e realizarmos a ampliação de consciência com a necessária exteriorização, para que os objetivos do trabalho mediúnico sejam atingidos.

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IMAGINAÇÃO ATIVA
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A utilização de imagens é um recurso muito antigo tanto nas culturas orientais como nas ocidentais. Até 1650 era uma técnica essencial no tratamento dos males físicos. Com o avanço da ciência a imaginação foi desconsiderada sendo substituída pela razão e com isso muito se perdeu na utilização desta capacidade de cada ser.

Na Psicologia, Carl Gustav Jung utilizou as técnicas de visualização e denominou-a de IMAGINAÇÃO ATIVA, buscando liberar o fluxo do pensamento e deixando que ele se expressasse em imagens que muitas vezes eram passadas para o papel em pinturas ou desenhos. Visualizar ou imaginar é produzir imagens mentais.

Pesquisas realizadas demonstram que a mente não distingue entre uma imagem real e aquela que é imaginada. Assim se pensamos de forma positiva nosso cérebro mandará ordens para o organismo de relaxamento, calma, confiança. O contrário também é verdadeiro. Nós construímos redes neuronais que orientam padrões de pensamento. Da forma como pensamos o sistema neurológico reagirá, seja a imagem mental de algo real ou imaginário.

Na imaginação ativa podemos personificar um sentimento, uma virtude, uma sensação, dando a eles uma figura qualquer que nossa imaginação queira criar. Assim podemos imaginar um lugar, um objeto, uma força da natureza para representar a serenidade Se criarmos com todos os detalhes possíveis o que imaginamos ser a serenidade, teremos como conseqüência em nós a sensação de serenidade, pois nosso cérebro reagirá como se estivéssemos num lugar sereno ou como se tivéssemos entre as mãos o objeto imaginado, ou ainda sentir a força da natureza que foi projetada na imaginação. Ela será mais efetiva quanto mais tratarmos os seus conteúdos como seres ou coisas reais.

Não podemos nos esquecer que as imagens criadas partem das motivações mais profundas dos diferentes níveis do nosso ser. As percepções se ampliam e podemos dizer que há um estímulo para que uma ordem mental superior se instale.

IMAGINAÇÃO ATIVA NÃO É SONO

Na imaginação ativa há um estado parecido com o sono, mas estamos conscientes, com a mente alerta, mas em estado de tranqüilidade. Vamos para um espaço interior e entramos em contato com os potenciais de nossa alma.

Ao colocarmos nossa atenção no nosso mundo interno estamos nos programando para as modificações que, com certeza, vão nos aproximar, a curto ou a longo prazo dos objetivos que desejamos alcançar. Assim é que podemos lançar mão deste recurso para mantermos um estado interior adequado aos objetivos do trabalho.

André Luiz (Domínios da Mediunidade cap.12) nos afirma: “Toda percepção é mental”. Analisando os médiuns em uma reunião ele completa: “Basta a indiferença mental para que [o médium] nada ouça.”

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FLUIDOS ESPIRITUAIS
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No século XIX, época de Kardec, o termo fluido era utilizado pela ciência para designar os materiais capazes de penetrar pelos vazios da matéria e se escoar. Assim eram considerados fluidos: a eletricidade, a luz, o calor, além dos gases e líquidos em geral (ar, água etc.)

Kardec utilizou-se do termo fluido, adjetivando-o algumas vezes, por exemplo, quando se refere ao fluido magnético, utilizado pelos magnetizadores ou fluido elétrico quando há a interferência da eletricidade. Hoje a Física designa apenas as substâncias líquidas ou gasosas como fluidos.



Não é rigorosamente exata a qualificação de fluidos espirituais, pois que, em definitiva, eles são sempre matéria mais ou menos quintessenciada. De realmente espiritual só a alma ou princípio inteligente. Dá-se-lhes esta denominação por comparação apenas e, sobretudo em razão da afinidade que eles guardam com os Espíritos. Pode dizer-se que são matéria do mundo espiritual, razão por que são chamados de fluidos espirituais.” (Kardec - Gênese. Cap.XIV.5)

Costuma-se, portanto, agrupar sob a expressão Fluidos espirituais os componentes do mundo espiritual e as energias emitidas pelos espíritos encarnados ou desencarnados.

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IDENTIFICAÇÃO DOS FLUIDOS ESPIRITUAIS
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O pensamento que nos é exclusivo flui constantemente do nosso campo cerebral”... e podemos diferenciar o pensamento que nos é próprio daquele que nos é sugerido “desde que saibamos manejar a atenção para percebermos que o nosso pensamento vibra em certo grau de frequência a concretizar-se em uma maneira peculiar de expressão (...). Basta no entanto nos afeiçoarmos aos exercícios de meditação, ao estudo edificante e ao hábito de discernir para compreender onde nos situa a faixa de pensamento, identificando com nitidez as correntes espirituais que passamos a assimilar” (André Luiz - Nos domínios da mediunidade, cap. 5)

Como identificamos alguma coisa?
Antes de tudo é preciso ter um referencial para poder fazer uma identificação. Como posso identificar se o que eu vejo é um elefante ou uma girafa se eu não tiver um referencial do que são estes animais. Na identificação de fluídos qual é o nosso referencial? Como sabemos se um tipo de energia nos faz bem ou nos traz uma sensação desagradável?

Nosso referencial são as nossas próprias sensações, as emoções a que estamos acostumados a alimentar, o padrão de nossos pensamentos.

Perguntamos então: Como identificar os fluídos que nos envolvem em um trabalho mediúnico?
Podemos responder: Conhecendo primeiramente a nós mesmos.

Mas como fazer este autoconhecimento?
De uma forma geral nós sabemos qual é o nosso padrão habitual tanto em termos de sensações, como de sentimentos e de pensamentos, mas quando após um relaxamento nossa consciência se amplia, coisas diferentes passam pela nossa cabeça e começamos a nos perguntar: “Isso é meu?”

Daí a necessidade do autoconhecimento para que esta identificação possa se fazer de uma forma mais fácil.
Isto quer dizer atenção a si mesmo nos vários momentos da vida. Reconhecimento das virtudes já conquistadas e das dificuldades pessoais a serem vencidas sem medo e sem orgulho.

Muitas vezes reconhecemos nos outros aquelas que são as nossas próprias dificuldades, por isso dizemos “RE”conhecemos, porque nós identificamos nos outros aquilo que de alguma forma também já percebemos em nós mesmos, em algum momento.

Como sabemos, estamos envolvidos por todos os padrões de energia e caberá a nós o estabelecimento com qual energia queremos sintonizar. No nosso dia-a-dia isto pode estar no nosso controle, mas quando adentramos ao campo mediúnico este “controle” está nas mãos dos orientadores do trabalho mediúnico que nos ajudarão a estabelecer a ponte entre o espírito que deverá ser atendido e o médium.

Assim quando começamos a entrar em contato com energias que naquele momento estão muito diferentes da que nós estamos sentindo podemos SABER que estamos entrando em conexão com energias que não são nossas.

O que fazer?
Neste momento podemos então aumentar a nossa capacidade de percepção tentando adentrar naquele mundo de emoções e pensamentos que surgem. A confiança no grupo, em si mesmo e na cobertura espiritual são fatores fundamentais para o sucesso da conexão com o espírito que se comunica e seu posterior atendimento.

André Luiz adverte: “A dúvida congela”.

Se isto é uma verdade na vida pessoal e material, pois quando duvidamos não conseguimos tomar decisões; na mediunidade, um campo tão sutil e de nuances tão variadas, a dúvida impede que a conexão se estabeleça.

No capítulo 12 do livro Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz analisando três médiuns demonstra claramente como a receptividade por parte do médium pode determinar a qualidade do processo mediúnico. Uma das médiuns “Eugênia registra as palavras do orientador espiritual com precisão, Celina intuitivamente e Castro não as recolhe nem de leve” isto porque a mente de Castro estava presa em objetivos pessoais e a mente da outras médiuns não.

É ainda André Luiz que nos alerta nos informando que a “corrente de partículas mentais se exterioriza de cada Espírito com qualidade e indução mental, será tanto maior quanto mais amplos se lhe evidenciem as faculdades de concentração e o teor de persistência no rumo dos objetivos que demande”.

Mais uma vez vemos a necessidade do treino da concentração através da meditação e da persistência dos objetivos do trabalho (manutenção vibratória) como forças fundamentais no processo mediúnico. Se há alguma resistência há também uma dissipação de energia mental que deveria estar na base para sustentar a ligação com o Espírito comunicante.

Se um equilíbrio se estabelece entre o médium e o espírito, surgindo após alguma alteração o médium poderá recorrer às suas forças pessoais para restabelecer a comunicação nos níveis desejáveis impedindo a variação.
Uma vez estabelecida a conexão desejável há um armazenamento de recursos espirituais na ligação entre o médium e o espírito – sintonia psíquica. O médium então expressará de acordo com sua capacidade mental e interpretativa as idéias e sensações que lhe são sugeridas.

Podemos dizer que um trabalho mediúnico começa muito antes do que o próprio momento da reunião, seja com a preparação constante do médium, a observação sobre si mesmo, suas reações, suas aspirações, sua educação mental; seja com a preparação que os espíritos orientadores efetivam. Ele se desenvolve adequadamente quando todos os participantes imbuídos de suas responsabilidades mantêm-se atentos aos objetivos propostos, evitando dispersar o pensamento, e atinge seus objetivos quando trouxe experiência positiva para todos os que participaram, tanto para os encarnados como desencarnados.

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Sugestões bibliográficas
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.:: AMEM, DANIEL. Transforme seu cérebro, transforme sua vida. Sextante 2.ed. 2002.
.:: DENIS, LEON. No invisível. FEB. 8.ed. 1977.
.:: GUIMARÃES, HERNANI. Espírito, Perispírito e Alma. Ed. Pensamento 1.ed. 1984.
.:: KARDEC, ALLAN. A Gênese. FEB- 19ed. 1977.
.:: MAEDA. Meditação como terapia. Masdra Editora Ltda. 1ed. 2001.
.:: OSHO. Aprendendo a silenciar a mente. Sextante. 2.ed. 2002.
.:: GERBER, RICHARD. Medicina Vibracional. Cultrix. 12ed. 1999.
.:: SADU,MOUNI. Concentração. Editora Pensamento. 9ed. 1993.
.:: XAVIER, FRANCISCO C. Mecanismos da mediunidade. André Luiz. FEB. 4.ed. 1973.
.:: XAVIER, FRANCISCO C. Nos domínios da mediunidade. André Luiz. FEB.7.ed. 1972.

0 Concentração e manutenção vibratória

O termo “concentração” se for desmembrado, por si só fala do seu significado - CONCENTRA A AÇÃO - , ou seja, refere-se às coisas que têm um centro comum ou que são deslocadas para um centro.


Se quisermos fazer um furo em um papel ou cortarmos um papel com uma faca teremos que ter ou algo pontiagudo para fazer o furo, ou uma faca afiada para fazer o corte, isto porque se aplicarmos uma força sobre um único ponto a ação terá mais eficiência do que se for aplicada em muitos pontos distintos.

Assim também a nossa mente necessita estar “apontada” ou “afiada” para conseguirmos uma boa concentração. E somente quando conseguimos este foco é que poderemos perceber as vibrações mais sutis que nos cercam e manter a conexão com elas.

Um dos grandes sábios da Índia – Sri Râmana Maharshi – dizia: “A mente do homem está repleta de pensamentos e, por isso, o indivíduo é extremamente fraco. Se em lugar destes inúmeros pensamentos inúteis, permanecer um único, esse será o poder em si mesmo e terá grande influência”.

A concentração não é com certeza o objetivo final, é uma habilidade necessária e o instrumento que permite ao homem viver em um nível de consciência mais elevado e melhor.

Há condições que impedem que se tenha sucesso em uma concentração:

1 – A concentração não deve ser treinada quando o indivíduo está em extrema fraqueza física, resultante de enfermidade ou aborrecimento que afete a força de vontade;

2 – Demasiados compromissos diários que não deixam tempo nem energias para exercícios sistemáticos e contínuos de educação da mente. Concentrar-se apenas uma vez por semana pode não dar resultados efetivos.

3 – A falta de convicção íntima, intuitiva e firme, de que um trabalho desta natureza lhe abrirá as portas para uma vida nova e melhor

Para que haja sucesso é preciso:
4 – Saber que você não é a sua mente, e que ela deve estar sob o seu controle. Isso só se consegue com treino contínuo e perseverante.

5  É necessário que haja uma decisão firme onde as desculpas de cansaço, falta de tempo e inquietação não estejam presentes;

6 – Ajuda muito manter o foco da concentração se conseguimos desenvolver a capacidade de pensar tranqüila, fria e claramente sobre a vida humana em geral, sabendo que acima de qualquer vontade humana impera uma Vontade Divina.
                                                                                                                                                                    
O poder da concentração que constitui, praticamente, a base de todas as faculdades superiores do homem – é trabalho árduo e exige toda a nossa atenção e não apenas alguns minutos do dia ou algumas horas na semana. O principal obstáculo à concentração é a falta de controle da natureza emocional do homem comum, não disciplinado. 

Devemos escolher, dentre as vibrações boas ou más, apenas as de que necessitamos na vida cotidiana e recusar nos ocuparmos delas quando tivermos trabalho melhor a executar, ou seja, nas atividades diárias temos que muitas vezes conviver com vibrações que exigem de nós muito equilíbrio, mas para que nos ocuparmos delas se podemos nos ligar em vibrações muito melhores em momentos especiais? 

Eu posso estar tão preocupado com o bem estar da minha família que não consigo me esquecer deles um minuto sequer. O resultado é que serei incapaz de fazer cessar os pensamentos desnecessários e insistentes a fim de levar meu pensamento para onde realmente eu quero focar.

A atitude positiva diante da oportunidade de concentrar-se, isto é, saber que é natural a mente ficar focada quando a vontade está presente, é um fator preponderante para o sucesso da concentração.

Mas o que é a mente?

Difícil responder esta pergunta corretamente, mas podemos tentar analisando suas funções. Podemos dizer que a “mente é apenas o conjunto de nossos pensamentos. Se cessardes de pensar, onde estará ela?” (Râmana)

Se assim entendermos podemos diferenciar o pensamento (mente) do pensador (espírito). Fazendo uma correlação poderíamos dizer que um é o cavaleiro (espírito) e o outro é o cavalo (mente). Quem deve conduzir quem? É importante saber que você pode, através de sua vontade, dirigir os processos do seu pensamento.

VOCÊ NÃO É OS SEUS PENSAMENTOS. VOCÊ É ESSENCIAL. VOCÊ É AQUELE QUE DIRIGE.

Estes conceitos devem estar firmemente incorporados para que o processo de educação da mente possa ser executado com êxito.

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NA PRÁTICA
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Um lugar silencioso e tranqüilo é indispensável. Não haver interrupções é outra condição necessária.
Outras interferências:

a) A expectativa – de que algo possa advir do seu pensamento febril. Este pensamento febril é o padrão que costumamos ter nas horas de atividade consciente, ou seja, os pensamentos que temos na maior parte de nosso dia;

b) Ao começar o exercício de concentração muitos pensamentos começam a “atacar” levando muitas vezes a se esquecer temporariamente do objetivo do momento. Eles são de pouca importância, mas a mente consciente que não quer ceder espaço dirá que eles são muito importantes.
                                                                                                                                                            
Para vencer este obstáculo é possível dizer a si mesmo: 

“Além deste tempo que eu tenho para me dedicar a este trabalho eu tenho todo o resto do dia para pensar em outras coisas”

“Não há razão neste momento para obedecer aos pensamentos errantes gerados pela minha mente rebelde”.

“Nada de importante acontecerá se eu evitar que os pensamentos ocupem este tempo que aqui estou”

“Todo e qualquer pensamento neste momento não me interessa”.

Quando se consegue este domínio da mente uma sensação de liberdade de consciência começa a tomar corpo e uma paz mental normalmente se instala.

A chave neste momento é: NÃO TENHO INTERESSE ALGUM PELOS MEUS PENSAMENTOS. Com esta chave abrimos a porta da faculdade de “sentir e ver” as emoções e os pensamentos do mundo espiritual.

A intuição também pode sobrevir como resultado pela boa concentração pois podemos dizer que a intuição é o poder da cognição sem pensamentos. É uma ação isenta de raciocínio lógico, com os melhores resultados possíveis.

Não precisamos ao treinar a concentração nos preocuparmos com ela, pois isto nos desviará do objetivo que é deixar a mente tranqüila, a intuição virá normalmente no momento adequado. 

Você pode experimentar algumas variações para treinar a sua concentração:

a) Ao ouvir uma música procure ouvir o silêncio entre uma nota musical e outra e verá que ele estará como um pano de fundo onde a música se faz;

b) Olhe para um objeto fixamente por alguns instantes e depois fechando os olhos deixe que somente este objeto ocupe a sua mente; 

c) Se você tiver um relógio com ponteiro de segundos fixe os olhos no ponteiro e apenas acompanhe com o olhar o movimento que ele faz, mantendo uma respiração calma e tranqüila.

d) Imagine que sua mente é um espelho e todo e qualquer pensamento que vier vai bater neste espelho e retornará para onde ele veio.

e) Se o pensamento se desviar do foco de sua concentração traga o de volta e diga para si mesmo “Todo e qualquer pensamento diferente neste momento não me interessa”.


sexta-feira, 1 de julho de 2011

0 Calendário de Aulas - COEM - Julho/2011


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JULHO/2011
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06/07 | (7ª Prática) Irradiação | [Nelson Araújo] 
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13/07 | (7ª Teórica) Do papel do médium nas comunicações | [Estudo no grupo]
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20/07 | (8ª Prática) Irradiação | [Neuton M. Albach]
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27/07 | (9ª Teórica)  Da influência moral do médium | [Célio Costa]
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0 ESCALA DE PALESTRAS - Julho 2011

JULHO/2011


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TERÇAS-FEIRAS - 20 HORAS - Grande auditório
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Dia 05 - Princípios fundamentais da Doutrina Espírita - João A. Donha.
Dia 12 - A reencarnação através da história - Pedro Paulo Santos.
Dia 19 - Código penal da vida futura - Rose Heidemann.
Dia 26 - Gênese orgânica - Carlos A. Parchen. 


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TERÇAS-FEIRAS - 20 HORAS - Pequeno auditório
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Dia 05 - Bem aventurados os que são misericordiosos - Maria José Parchen.
Dia 12 - Princípios fundamentais da Doutrina Espírita - Iliana Ostan.
Dia 19 - Causas atuais das aflições -  Nélida Heidemann.
Dia 26 - O poder da oração - Nélida Heidemann. 


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TERÇAS-FEIRAS - 14 HORAS
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Dia 05 - O pensamento - Zeneida Luczinski.
Dia 12 - A lei do trabalho - Rosane Cit.
Dia 19 - A gênese orgânica - Carlos A. Parchen.
Dia 26 - A gênese espiritual - Neuton M. Albach. 


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QUARTAS-FEIRAS - 14 HORAS
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Dia 06 A reencarnação e os laços de família - Iliana Osten.
Dia 13 - A justiça das aflições Aura Vucanis.
Dia 20 - Vigilância e oração - Leide Fagundes.
Dia 27 - Bem aventurados os brandos e pacíficos - Norma Sartori.


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