domingo, 24 de julho de 2011

2 O irmão

"A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa, não trata com leviandade, não se ensoberbece." 
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Paulo. (I CORÍNTIOS, 13:4.)


Quem dá para mostrar-se é vaidoso.

Quem dá para torcer o pensamento dos outros, dobrando-o aos pontos de vista que lhe são peculiares, é tirano.

Quem dá para livrar-se do sofredor é displicente.

Quem dá para exibir títulos efêmeros é tolo.

Quem dá para receber com vantagens é ambicioso.

Quem dá para humilhar é companheiro das obras malignas.

Quem dá para sondar a extensão do mal é desconfiado.

Quem dá para afrontar a posição dos outros é soberbo.

Quem dá para situar o nome na galeria dos benfeitores e dos santos é invejoso.

Quem dá para prender o próximo e explorá-lo é delinquente potencial.

Em todas essas situações, na maioria dos casos, quem dá se revela um tanto melhor que todo aquele que não dá, de mente cristalizada na indiferença ou na secura; todavia, para aquele que dá, irradiando o amor silencioso, sem propósitos de recompensa e sem mescla de personalismo inferior, reserva o Plano Maior o título de Irmão.

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Emmanuel / Chico Xavier
Página do livro "Vinha de luz"

quarta-feira, 20 de julho de 2011

0 Retrato da amizade (Homenagem ao dia do amigo)

O Dia do Amigo, celebrado a 20 de julho, foi primeiramente adotado em Buenos Aires, na Argentina, sendo que foi gradualmente adotado em outras partes do mundo.

A data foi criada pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro. Com a chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969, ele enviou cerca de quatro mil cartas para diversos países e idiomas com o intuito de instituir o Dia do Amigo. Febbraro considerava a chegada do homem a lua "um feito que demonstra que se o homem se unir com seus semelhantes, não há objetivos impossíveis"


*   *   *

Agradeço alma fraterna e boa, o amor que no teu gesto se condensa, deixando ao longe a festa, o ruído, e o repouso para dar-me a presença.

Sofres sem reclamar, enquanto exponho minhas idéias diminutas, e anoto como é grande o teu carinho, no sereno sorriso em que me escutas.

Não sei dizer-te a gratidão que guardo pelas doces palavras que me dizes, amenizando as lutas que carrego em meus impulsos infelizes.

Auxilia-me a ver, sem barulho ou reproche, dos trilhos para o bem o mais certo e o mais curto, sem cobrar pagamentos ou louvores pelo valor do tempo que te furto.

Aceitas-me no todo como sou, nunca me perguntaste de onde vim, nem me solicitaste qualquer conta da enorme imperfeição que trago em mim!

Agradeço-te, ainda, o socorro espontâneo que me estendes a vida, estrada afora, para que as minhas mãos se façam mensageiras de consolo a quem chora!

Louvado seja DEUS, alma querida e bela, pelo conforto de teu braço irmão, por tudo o que tem sido em meu caminho, por tudo que me dás ao coração!

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Maria Dolores / Chico Xavier
Psicografia do livro "Antologia da espiritualidade".

0 Sabedoria de Chico - Parte 3

"A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos. A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro. A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos... 

TUDO BEM!

O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum... é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos. Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos".


Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 18 de julho de 2011

0 Homenagem ao dia dos Avôs e Avós

Comemora-se o Dia dos Avôs e Avós em 26 de julho. E esse dia foi escolhido para a comemoração porque é o dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo.


O espiritismo não celebra datas nem venera santos, porém cabe esta singela homenagem aos nossos queridos  parentes, que muito contribuem para nossa formação.

*   *   *


Uma avó, dizem, é uma mãe com açúcar.  Um avô é um pai com doce de leite. Quase sempre os filhos se perguntam por que é que os seus pais, na qualidade de avós, deixam seus netos fazerem coisas que não permitiram a eles, filhos. Por que é que a avó deixa o netinho pular no seu cangote, dormir na cama entre ela e o avô, se não permitiu isso aos seus próprios filhos? Por que é que os netos, enfim, gostam, tanto da casa dos avós?

Um garoto de seus nove para dez anos, escreveu certa vez, mais ou menos assim: 

Uma avó é uma mulher velhinha que não tem filhos. Ela gosta dos filhos dos outros. Um avô é um homem-avó. Ele leva os meninos para passear e conversa com eles sobre pescaria e outros assuntos parecidos. As avós "não fazem nada" e por isso podem ficar mais tempo com a gente

Como elas são velhinhas, não conseguem rolar pelo chão ou correr. Mas não faz mal. Elas nos levam ao shopping e nos deixam olhar as vitrinas até cansar. Na casa delas têm sempre um vidro com balas e uma lata cheia de suspiros. Elas contam histórias de nosso pai ou nossa mãe quando eram pequenos, histórias da Bíblia, histórias de uns livros bem velhos com umas figuras lindas. Passeiam conosco mostrando as flores, ensinando seus nomes, fazendo-nos sentir o perfume.

Avós nunca dizem "Depressa", "Já pra cama", "Se não fizer logo, vai ficar de castigo." Normalmente, as avós são gordinhas, mas, mesmo assim elas nos ajudam a amarrar os sapatos. Quase todas usam óculos e eu já vi uma tirando os dentes e as gengivas. Quando a gente faz uma pergunta, a avó não diz: "Menino, não vê que estou ocupada!" Ela para, pensa e responde de um jeito que a gente entende. As avós sabem um bocado de coisas.

As avós não falam com a gente como se nós fôssemos umas criancinhas idiotas, nem apertam nosso queixo dizendo "Que gracinha!", como fazem algumas visitas. Quando elas leem para nós, não pulam pedaços das histórias, nem se importam de ler a mesma história várias vezes. O colo das avós é quente e fofinho, bom de a gente sentar quando está triste. Todo mundo devia tentar ter uma avó, porque são os únicos adultos que têm tempo para nós.

Bom, esta pode ser simplesmente a visão de um menino, mas convenhamos que contém muitas verdades.
Os netos gostam dos avós porque eles são doces. Como a educação deles está sob a responsabilidade dos pais, eles não têm que se preocupar com este detalhe. Por isso, não se perguntam se está certo ou errado fazer um carinho ou um chamego a mais. Eles simplesmente fazem.

Também porque, ao longo dos anos, amadureceram os sentimentos, amam de uma forma mais serena, com doçura. Por isso fazem aos netos muitas coisas que não fizeram aos seus filhos. Mesmo porque, quando se tornaram pais, eram jovens, inexperientes, estavam preocupados em sustentar a família, em educar bem os filhos, em tantas coisas que não lhes sobrava tempo para o que hoje fazem com seus netinhos.

Por tudo isso não tenha ciúmes dos avós. Permita que os seus filhos convivam com os velhinhos, que os amem e sejam amados. Naturalmente, ninguém pretende nem imagina que os avós serão descuidados ao ponto de estragar com mimos exagerados os filhos dos seus filhos. Contudo, carinho, doçura e atenção de vovô e vovó é algo que todos devemos experimentar. É uma experiência que os seus filhos levarão para as suas vidas e lhes fará bem, nos momentos da adversidade e de solidão.

*   *   *

Filhos são Espíritos que aportam ao reduto doméstico a fim de que, na qualidade de pais, sejamos-lhes os condutores para o progresso.

Nessa caminhada, não desprezemos as experiências de nossos próprios pais que nos conduziram a vida, até os dias presentes, ensejando-nos ser homens e mulheres dignos.

Bebamos da sua sabedoria e os tornemos nossos aliados, nesse extraordinário e maravilhoso processo que se chama educação. Processo que mais primoroso será quanto mais amor houver para ser dividido e multiplicado.

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Equipe de redação do "Momento Espírita"

0 20 serviços que o espiritismo faz por você


1. Integra você no conhecimento de sua posição de criatura eterna e responsável, diante da vida.

2. Expõe o sentido real das lições do Cristo e de todos os outros mentores espirituais da Humanidade, nas diversas regiões do Planeta.

3. Suprime-lhe as preocupações originárias do medo da morte, provando que ela não existe.

4. Revela-lhe o princípio da reencarnação, determinado o porquê da dor e das aparentes desigualdades sociais.

5. Confere-lhe forças para suportar as maiores vicissitudes do corpo, mostrando a você que o instrumento físico nos reflete as condições ou necessidades do espírito.

6. Tranqüiliza você com respeito aos desajustes da parentela, esclarecendo que o lar recebe não somente os afetos, mas também os desafetos de existências passadas, para a necessária regeneração.

7. Demonstra-lhe que o seu principal templo para o culto da presença Divina é a consciência.

8. Liberta-lhe a mente de todos os tabus em matéria de crença religiosa.

9. Elimina a maior parte das suas preocupações acerca do futuro além da morte.

10. Dá-lhe o conforto do intercâmbio com os entes queridos, depois de desencarnados.

11. Entrega-lhe o conhecimento da mediunidade.

12. Traça-lhe providências para o combate ou para a cura da obsessão.

13. Concede-lhe o direito à fé raciocinada.

14. Destaca-lhe o imperativo da caridade por dever.

15. Auxilia você a revisar e revalorizar os seus conceitos de trabalho e tempo.

16. Concede-lhe a certeza natural de que, se beneficiamos ou prejudicamos alguém, estamos beneficiando ou prejudicando a nós próprios.

17. Garante-lhe serenidade e paz diante da calúnia ou da crítica.

18. Ensina você a considerar adversários por instrutores.

19. Explica-lhe que, por maiores sejam as suas dificuldades exteriores, intimamente você é livre para melhorar ou agravar a própria situação.

20. Patenteia-lhe que a fé ilumina o caminho, mas ninguém fugirá da lei que manda atribuir a cada qual segundo as obras pessoais.

Essas são vinte das muitas bênçãos que o Espiritismo realiza em nosso favor. Será curioso que cada um de nós pergunte a si mesmo o que estamos nós a fazer por ele.

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André Luiz / Waldo Vieira.
Psicografia publicada em 22/10/1965,
Comunhão Espírita Cristã / Uberaba-MG.

domingo, 17 de julho de 2011

0 O passe bom


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Já conhece o Espitirinhas?

0 Corações distantes

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:

- “Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?”
- “Gritamos porque perdemos a calma”  disse um deles.
“Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?” Questionou novamente o pensador.
- “Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça”, retrucou outro discípulo.

E o mestre volta a perguntar: “Então não é possível falar-lhe em voz baixa?”

Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.

Então ele esclareceu:

- “Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido? O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muitoPara cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância..."

- "Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas? Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurramE quando o amor é mais intenso, não  necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se entendemÉ isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.”

Por fim, o pensador conclui, dizendo:

- "Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".  

Pense nisso!  

Quando você for discutir com alguém, lembre-se que o coração não deve tomar parte nisso. Se a pessoa com quem discutimos não concorda com nossas idéias, não é motivo para gostar menos dela ou nos distanciar, ainda que por instantes. 

Quando pretendemos encontrar soluções para as desavenças, falemos num tom de voz que nos permita uma aproximação cada vez maior, como a dizer para a outra pessoa: “Eu não concordo com suas idéias ou opiniões, mas isso não me faz gostar menos de você.” 

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Equipe de Redação do Momento Espírita
Inspirado pelo pensador indiano Meher Baba.

0 Palesta: A mulher na dimensão espírita - Maralba Almada

Será realizada pelestra intitulada "A mulher na dimensão espírita", ministrada por Maralba Almada, psicologa e presidente do Centro Espírita Luz Eterna, nas dependências da Comunhão Espírita Cristã de Curitiba (CECC), dia 03/08/2011 (Quarta-feira), com início as 20h. A entrada é franca!

O endereço da CECC é: Rua Maj. Fabriciano do Rego Barros, 1152 -Vila Hauer, Curitiba PR.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

0 A mentira


1 - Como situar a mentira?
Um dos piores flagelos da Humanidade, presente em todas as culturas, O profeta Isaías afirma taxativamente que “todo homem é mentiroso”. Refere-se, obviamente, ao gênero humano. As mulheres adoram fofocas e boatos, que raramente guardam fidelidade plena à realidade dos fatos.

2 - É tão grave assim?
- Observe que todo mal que se produz na Terra está sempre vinculado à mentira. Mente o marido que trai a esposa, o político que faz promessas vãs, o estelionatário que ilude incautos, o corrupto que aceita propinas, o comerciante que explora o freguês, o publicitário que vende uma imagem falsa. A lista iria longe. Todos mentem para alcançar seus objetivos.

3 - Essa postura não é um tanto radical? 
- Há pequenas mentiras que não prejudicam ninguém e facilitam nossa vida. Haverá maneira mais fácil de nos livrarmos de alguém que vem nos importunar do que mandar alguém dizer que não estamos em casa? É uma questão de principio. Quem se habitua às pequenas mentiras não terá constrangimento com relação às maiores. fugindo às suas responsabilidades.

4 - Você não admite que a mentira está tão entranhada na vida social que seria impossível eliminá-la?
- Da vida social, sim. De nossa vida, não. Depende de nos conscientizarmos a respeito.

5 - Se eu só falar a verdade, num mundo onde impera a mentira, não estarei em desvantagem?
- Imaginemos que os primitivos discípulos de Jesus tivessem a mesma idéia. Uma simples mentirinha — "Não sou cristão! Prenderam-me por engano" — e estariam livres do Circo Romano, das feras famintas, da fogueira... Foi a fidelidade à verdade, sustentada pelos mártires indômitos, que permitiu ao Cristianismo sobrepor-se as perseguições cruéis, consolidando-se como marco de luzes na Terra.

6 - Havia uma orientação específica para eles?
- A mentira é condenada em todos os textos religiosos, desde as mais remotas culturas. Jesus recomendava que cultivemos o “sim, sim, não, não”. Significa que nossas afirmativas devem ser sempre verdadeiras. O fato de alguém colocar em dúvida o que dizemos significa que nem sempre dizemos a verdade. No oitavo mandamento da Lei, recebido por Moisés no Monte Sinai, está enfatizado: “Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo".

7 - Não é lícito mentir em nenhuma circunstância?
- Só quando usamos a mentira piedosa, que visa beneficiar alguém, sem nenhum interesse pessoal. Quando, por exemplo, mentimos a alguém muito frágil quanto ao seu estado de saúde, omitindo que está com câncer. No livro “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, há uma situação também ilustrativa: Um homem injustamente perseguido por um comissário de polícia refugia-se num convento. Ali vivia uma freira que tinha a fama de jamais mentir. O comissário sabia disso. Solicitou sua presença e lhe perguntou se seu perseguido estava ali. Ela respondeu negativamente. Mentiu, pela primeira vez em sua vida, para salvar um inocente.

8 - Pinocchio, o célebre boneco animado feito gente, tinha por castigo o crescimento de seu nariz quando mentia. Algo semelhante ocorre, espiritualmente, quando mentimos?
Evidente que nosso nariz perispiritual não se altera. Mas desajusta-se o nosso psiquismo, situando-nos, diante dos benfeitores espirituais, como Espíritos imaturos. Para os malfeitores do além aparecemos como presas fáceis, explorando o baixo padrão vibratório de quem não assume compromisso com a verdade.

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Richard Simonetti.
Capítulo do livro "Não pise na bola".

terça-feira, 12 de julho de 2011

0 Anjos guardiões

É uma doutrina que deveria converter os mais incrédulos pelo seu encanto e pela sua doçura: a dos anjos guardiães. Pensar que se tem, junto de si, seres que vos são superiores, que estão sempre aí para vos aconselhar, vos sustentar, para vos ajudar a escalar a áspera montanha do bem, que são amigos mais seguros e mais devotados que as mais íntimas ligações que se possa contrair nesta Terra, não é uma idéia bem consoladora? Esses seres estão aí por ordem de Deus; foi ele quem os colocou junto de nós, e estão aí pelo amor dele, e cumprem, junto de nós, uma bela mas penosa missão. Sim, em qualquer parte que estejais, ele estará convosco: os calabouços, os hospitais, os lugares de deboche, a solidão, nada vos separa desse amigo que não podeis ver, mas do qual vossa alma sente os mais doces impulsos e ouve os sábios conselhos.

Por que não conheceis melhor essa verdade! Quantas vezes ele vos ajudou nos momentos de crise, quantas vezes vos salvou das mãos de maus Espíritos! Mas, no grande dia, esse anjo do bem terá, freqüentemente, a vos dizer: "Não te disse isso? E tu não o fizeste. Não te mostrei o abismo, e tu nele te precipitaste; não te fiz ouvir na consciência a voz da verdade, e não seguiste os conselhos da mentira?" Ah! questionai vossos anjos guardiães; estabelecei, entre ele e vós, essa ternura íntima que reina entre os melhores amigos. Não penseis em não lhes ocultar nada, porque são o olho de Deus, e não podeis enganá-los. Sonhai com o futuro, procurai avançar nesse caminho, vossas provas nele serão mais curtas, vossas existências mais felizes. Ide! homens de coragem; lançai longe de vós, uma vez por todas, preconceitos e dissimulações; entrai no novo caminho que se abre diante de vós; caminhai, caminhai, tendes guias, segui-os: o objetivo não pode vos faltar, porque esse objetivo é o próprio Deus.

Àqueles que pensam que é impossível a Espíritos verdadeiramente elevados se sujeitarem a uma tarefa tão laboriosa e de todos os instantes, diremos que influenciamos vossas almas estando a vários milhões de léguas de vós: para nós o espaço não é nada, e mesmo vivendo em um outro mundo, nossos espíritos conservam sua ligação com o vosso. Gozamos de qualidades que não podeis compreender, mas estejais seguros que Deus não nos impôs uma tarefa acima de nossas forças, e que não vos abandonou sozinhos na Terra, sem amigos e sem sustentação. Cada anjo guardião tem o seu protegido, sobre o qual ele vela, como um pai vela sobre seu filho; ele é feliz quando o vê seguir o bom caminho, e geme quando seus conselhos são desprezados.

Não temais nos cansar com vossas perguntas; ficai, ao contrário, em relação conosco: sereis mais fortes e mais felizes. São essas comunicações, de cada homem com seu Espírito familiar, que fazem todos os homens médiuns, médium ignorados hoje mas que se manifestarão mais tarde, e que se espalharão como um oceano sem limites para refluir a incredulidade e a ignorância. Homens instruídos, instruí; homens de talento, elevai vossos irmãos. Não sabeis que obra cumpris assim: é a do Cristo, aquela que Deus vos impôs. Por que Deus vos deu a inteligência e a ciência, se não para partilhá-las com vossos irmãos, certamente para avançá-los no caminho da alegria e da felicidade eterna.

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São Luís, Santo Agostinho.
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Nota 
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A doutrina dos anjos guardiães, velando sobre seus protegidos, apesar da distância que separa os mundos, nada tem que deva surpreender; ela é, ao contrário, grande e sublime. Não vedes sobre a Terra, um pai velar sobre seu filho, embora dele esteja distante, ajudar com seus conselhos por correspondência? Que haveria, pois, de espantoso que os Espíritos possam guiar aqueles que tomam sobre sua proteção, de um mundo ao outro, uma vez que, para eles, a distância que separa os mundos é menor que aquela que, na Terra, separa os continentes?

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Texto publicado por Allan Kardec
Revista Espírita, janeiro de 1859.
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